Sétimo Programa "Gênero em minuto" do Centro de Identidade de Gênero (AmiG) do GHC

Dando continuidade ao nosso programa Gênero em minuto, abaixo você pode conferir o quarto áudio produzido pelos residentes do Costinha. E se quiser, sugere conteúdos pra gente!




Dê uma lida no roteiro!

Continuando o nosso papo, hoje a gente queria falar um pouco mais sobre a história do movimento LGBT no Brasil, uma história que tem muita conexão com as experiências sociais que nós tivemos como sociedade, mas também com experiências estrangeiras, especialmente norte-americanas.

O movimento LGBT brasileiro, marcado inicialmente como movimento gay e lésbico, nasce no final dos anos 70 em uma onda do que foi chamado, depois, de novos movimentos sociais. Isso porque já tínhamos, naquele momento, organizações da sociedade civil mais relacionadas à luta de classes, com o Movimento Sem Terra. Esses movimentos lutavam, portanto, por ações de redistribuição econômica, mas havia uma lacuna em relação à ações de reconhecimento cultural que vieram depois com esses novos movimentos sociais caracterizados como identitários. 

Naquele momento histórico era bem importante que as nossas pautas fossem organizadas em torno de identidades muito bem definidas, já que nossa principal questão era a formação dos guetos, ou seja, os espaços de sociabilidade em que pudéssemos nos afirmar em termos de gênero e sexualidade já que boa parte da população vivia, como se diz, dentro do armário no trabalho ou na família. Não por acaso a primeira organização, fundada em 1978, se chamou Somos - Grupo de Afirmação Homossexual.

O movimento social de travestis e transexuais surge um pouco depois, assim como também surgem organizações só de mulheres lésbicas e bissexuais lutando por suas demandas específicas, inicialmente no contexto universitário. Hoje, é importante perceber que nossas pautas já não giram somente em torno do reconhecimento identitário e há quem fale inclusive que estamos vivendo um momento da pós-identidade já que algumas perspectivas teóricas e políticas, como aquelas que verteram dos estudos queer, procuram romper com noções fixas de identidade.


Comentários