Gênero em minuto: terceiro programa

Dando continuidade ao nosso programa Gênero em minuto, abaixo você pode conferir o terceiro áudio produzido pelos residentes do Costinha. E se quiser, sugere conteúdos pra gente!

Abertura
E ai pessoal, tudo bem? Aqui quem fala é a equipe do Centro de Identidade de Gênero do Grupo Hospitalar Conceição, o AMIG. Enquanto o nosso serviço não abre, vamos, toda a semana, gravar o nosso programa Gênero em Minuto do Amig na intenção de qualificarmos o nosso conhecimento geral sobre esse assunto.

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Lembram da nossa conversa sobre a diferença entre as identidades sexuais e as identidades de gênero? Hoje a gente vai falar um pouco mais sobre as identidades de gênero.

Tem um filósofo chamado Paul Preciado que diz uma coisa super interessante num dos livros dele. Ele fala sobre o momento da gravidez de uma pessoa e sobre quando alguém anuncia: “É um menino” ou então “é uma menina”. É nesse momento que é instalado discursivamente naquele bebê o seu gênero. A partir desse momento vários familiares vão construir uma teia de expectativas sobre o comportamento desse bebê de acordo com esse gênero: qual cor vai ter o quarto da criança, que roupas ela usará, que esporte praticará, etc.

Essa mesma criança pode ou não corresponder à essas expectativas. É por isso que chamamos de pessoa transexual ou pessoa transgênero aquela que não corresponde à identidade de gênero designada para ela no nascimento. E chamamos de pessoa cissexual ou pessoa cisgênero aquela que corresponde à essa designação do gênero. Para as pessoas trans, no entanto, ocorre que elas vão sofrer muito no decorrer do tempo com questões relacionadas a assumir essa identidade de gênero que não foi aquela designada pelas suas famílias desde o nascimento. E por que é assim?

É assim porque as nossas sociedades são fundadas em normas sexuais e de gênero que fazem com que alguns gêneros e sexualidades sejam considerados normais e referência, enquanto outras possibilidades são tratadas como algo errado – como doença, crime e até pecado.

Ainda sobre as identidades trans, existe uma série de nomeações dessas identidades que correspondem a experiências regionais e histórias de viver sendo transgênero. Mas esse assunto já é para o próximo encontro, vamos continuar nossa conversa semana que vem? Você também pode nos enviar sugestões ou dúvidas. Até lá!

Créditos

Esta gravação foi realizada no dia  17 de abril de 2020 e o texto foi produzido por Guilherme Gomes Ferreira. A edição é feita pela Mayara Floss. E as vozes são de Guilherme Gomes Ferreira, Mayara Floss e Maria Amélia Mano.

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